Diácono Pedro Teixeira

Chamo-me Pedro Teixeira, tenho 31 anos e sou o mais novo de 4 filhos. Sou natural de Celorico de Basto, onde frequentei o ensino básico e secundário. Sempre tive uma vida ativa na minha paróquia: frequentei a catequese como mandava a educação católica que pautava a minha família. Após terminar o 10º ano de catequese e ter feito o crisma, comecei a dar catequese aos mais novos. Dei catequese durante 10 anos. Tirei o curso de viticultura e enologia na Escola Superior de Ponte de Lima, depois fui para França trabalhar na área da eletricidade. Entrei para a faculdade de Teologia em 2017, fui Presidente da Associação de Estudantes durante 3 anos. Atualmente, sou diácono e estou a terminar estágio pastoral na cidade de Santo Tirso.

Tudo começou quando a minha mãe decidiu falar com o meu pároco para ir acolitar à eucaristia. Tinha eu 7 anos. A partir desse momento desenvolvi o gosto pela eucaristia. Via no meu pároco um exemplo a seguir, o seu amor à eucaristia, o amor com que ele se entregava aos outros, tudo isso fascinava-me. Comecei a ser um acólito assíduo à eucaristia, fosse ao sábado, ao domingo e até à semana. Não faltava a uma eucaristia. Além do gosto pelo serviço do altar, o meu pároco procurava-me cativar e dizia-me “vês Pedro como esta vida é bela?” tudo isto cativa-me. A uma certa idade, já não me recordo muito bem, questionei o meu pároco do que achava se eu fosse para padre. Ele disse que era uma boa questão e pediu que através da oração amadurecesse a ideia. Mas acompanhou-me desde o primeiro, “porque não!” Só muito mais tarde é que decidi entrar para o seminário, mas essa primeira experiência não correu lá muito bem! E no final do segundo ano saí. Então fui para França trabalhar como eletricista. Apesar de um país novo e uma língua diferente, continuava a ter uma vida ativa na comunidade francesa. Era na oração que ia buscar respostas às minhas ansiedades e questões. Em França gostava de estar em silêncio à frente do sacrário. Nunca passou pela minha cabeça deixar a questão vocacional de lado, mas o fato de ter entrado e saído fazia-me questionar se realmente era aquilo que Deus queria para mim. Até que em 2017 que tudo mudou. Como já tinha feito os meus exames há algum tempo, apareceu-me no Facebook uma publicidade sobre a candidatura ao Ensino Superior para maiores de 23 anos. Informei-me se me podia inscrever em Teologia através desse programa, então em junho do mesmo ano inscrevi-me. Como não sabia o funcionamento daquela modalidade de ingresso, e como tinha receio de não conseguir, candidatei-me aos núcleos da Faculdade de Teologia de Braga e do Porto. Fiz o meu exame em setembro e tendo aprovação nas duas, por um gosto pessoal, decidi ir para o Porto. Entrei nesse ano, frequentando o curso de teologia praticamente todo fora de qualquer instituição de formação sacerdotal. Durante esses 4 anos feitos como externo, fui trabalhando em vários locais, desde o McDonalds, a servente de mesa até mesmo na construção civil. O meu desejo era ser eu a pagar as minhas contas até na faculdade. Não queria depender totalmente dos meus pais. Depois de uma conversa com o diretor da faculdade de Teologia, doutor Abel Canavarro, que também era e é formador do seminário maior, que me conduziu ao Sr. Reitor do Seminário D. Vitorino Soares e depois de uma conversa e do aval da restante equipa formadora, entrei para o seminário em setembro de 2020, para frequentar o 5º ano. Tenho muito agradecer a esta equipa e à comunidade que me acolheu e apoiou. Ajudaram-me a responder às inquietações e hoje não me arrependo do caminho feito. As coisas não são no nosso tempo e ao nosso ritmo, mas no tempo de Deus.

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